quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal... Só para não perder o hábito, na verdade não quero dizer nada.

Mais uma vez Feliz Natal, votos e mais fotos de felicidade, prosperidade e outras maravilhas. Mesa farta, amigos brindando, outros apenas bêbados, presentes, presentes e presentes; nas famílias, recordam-se os fatos, os mortos e todos se embalam entre choro e riso, tudo isso porque é Natal. Fazemos as pazes com os antigos desafetos (que seja só por uma semana), julgamos os parentes distantes e indiferentes indispensáveis. Roupas novas, músicas antigas, crianças correndo pela casa (quisera eu que todos os adultos fossem como elas no tocante ao caráter). Meia-noite. Orações, mais choro e mais riso, mais brindes, come-se, bebe-se, vomita-se; alguns se despedem, outros pernoitam com os parentes, muitos outros, errantes e bêbados, aparecem com uma alegria avessa à desgraça de seu estado. Enfim, chegou o Natal, com ele uma pergunta: Em que momento nos transformamos em robôs?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Diante de tanta ironia, vejo os anos avançarem. Não sou idoso, tenho a idade necessária para ter testemunhado as contradições do nosso tempo.
Empolgado, joguei num vídeo game chamado attary; anos depois, extasiei-me com o nintendo 64; agora há tantos jogos, todos muito reais que chegam a assustar pela realidade. Há duas décadas, comunicava-me com as pessoas através de cartas e de reuniões diárias, há pouquíssimo tempo as pessoas se viam mais, tocavam-se mais; porém, no início do séc. XXI, todos têm notícias de seus entes, mesmo que eles estejam na China. As informações chegam, o contato não, eis mais um paradoxo no novo tempo, aumentou-se a possibilidade de comunicação, diminuiu-se o afeto. Meu aparelho de dvd já está obsoleto, agora há o blue-ray, os televisores são full hd, é alta definição; tudo se resolve com um click, até casamentos, mortes, nascimentos, viagens, enfim, o mundo é high tech. Triste, no entanto, é saber que um simples apagão destrói todas essas possibilidades.
O homem inventou, reinventou inúmeras coisas, mas esqueceu de preservar, a conclusão disso, a meu ver, é bem apocalíptica. Faltando energia, não há tecnologia, findado o surto tecnológico, acaba-se a facilidade, morrendo a facilidade, ricos e pobres serão apenas pessoas, se não houver divisão social, todos ficarão iguais... As consequências são terrivelmente deliciosas, voltemos às cavernas.