terça-feira, 28 de abril de 2009

É só uma fotgrafia, cara.


Ficar preso ao passado, feliz ou infeliz, representa descontentamento com o presente, ainda que ele seja repleto de fortunas. Tortura-me saber a cada dia a impossibilidade de reviver algumas dádivas, ter a oportunidade de consertar burradas ou de adotar atitudes necessárias, talvez essa sensação tenha nome, isso deve ser a tal nostalgia, aquela saudade angustiada de não poder reviver.
Ao focarmos nossa atenção naquilo que foi, perdemos a chance de colher no futuro somente bons frutos, uma vez que o tempo não perdoa ninguém, ele não dá segunda oportunidade, envelhecemos, assim acumulamos experiências inacabadas, pedidos de perdão entalados, palavras ditas e eternamente presentes na memória; nós paramos, mas o tempo não.
Quando nos conscientizamos de que estamos perdendo a vida e ainda não atinamos para a necessidade de acalmar a mente, tornar as reminiscências agradáveis, pode ser tarde, pois já somos o ridículo, uma caricatura do que fomos, uma teimosia em resolver o insolúvel; nesse momento, olhamos criticamente para nossos feitos e vimos os antigos amores felizes com família, os antigos amigos resolvidos profissionalmente, todos vivendo de acordo com seu tempo. O resultado disso? Depressão.
Alguns dados estatísticos apontam para um número crescente de pessoas que começam a usar drogas na faixa dos quarenta anos, a principal causa é a depressão. Geralmente são pessoas que perderam a perspectiva de futuro, perderam-se no tempo e vivem como se estivessem num vácuo onde são meros espectadores do mundo, não somam, não são importantes para quase ninguém e carregam o peso da sensação de inutilidade; muitos não suportam o peso da situação e decidem morrer.
Não há nenhum método para viver de forma adequada, não deixar os problemas, a arrogância e o orgulho tomarem o leme da nossa vida pode ser uma saída, no entanto algumas atitudes são simples e só dependem da humildade, do amor e da inteligência, pensar no bem-estar geral antes de tomar atitudes é uma delas, bem como reconhecer que toda ação gera uma reação, é preciso considerar se a ação tomada vale mais que as consequências que ele causa.
Somos superiores aos outros animais em função da razão, por isso penso que o homem só encontrará o sentido da vida quando entender que o mais forte é aquele capaz de agir com sabedoria, pois a força bruta é a arma dos fracos.

A vida é um jogo, então, joguemos.

O tempo avança com sua fome insaciável e obriga-me a pensar: quais são os limites da vitória e da derrota?
Enquanto houver vida, o jogo não terminou, em função disso a opinião de que todas as experiências, agradáveis ou não, são apenas parte de muitos fatos que constituirão nossa existência. Perder a fé ou desistir de um objetivo por causa de uma desventura é deveras equivocado, pois o que nos vem como derrota hoje pode representar a condição para uma vitória futura. Basta pararmos para pensar em alguns erros que se transformaram em sucesso no futuro, a criação da coca-cola, por exemplo, ilustra bem essa possibilidade; na contramão de tudo isso, há os acertos criadores de derrotas irreparáveis, vide a criação da bomba-atômica, certamente Einstein não prosseguiria nos seus estudos se pudesse prever o futuro.
Cabe ao homem, diante de tantos possíveis erros e acertos, tentar, utilizando o melhor de sua condição, agir com pensamentos positivos. A verdade é uma, a vida não perdoa os medrosos, os adoradores da inércia, já que esses pregam a acomodação, e tudo que se acomoda tende a retroceder; o mundo é dinâmico, a natureza é mutável, logo não podemos negar às gerações futuras novas descobertas.
Pensamento estranho, surgido numa noite de terça-feira. No íntimo sei o porquê de pensar em vitória e derrota, encaro a vida como um campeonato, meu time é ousado e arrisca sempre o ataque, se minhas atitudes implicam volta olímpica ou choro no vestiário, só o tempo dirá.

Pensa que está livre?

Morresse numa manhã ensolarada e bela como a de hoje, seria diferente de morrer num dia nublado, cheio de sombra? Talvez fosse mais aceitável, visto que os dias cinza-escuro cor-de-chumbo contemplam deveras a morte. Independente de dias bonitos e feios, qual seria a outra certeza senão a morte, essa verdade incontestável, porém desagradável, tema repugnante àqueles que se dizem felizes e amantes da vida? Tolos! Na verdade são covardes, incapazes de amarem a vida, uma vez que esse temor da morte nada mais indica que o maior dos egoísmos, a sede pela eternidade impossível; se fosse, de fato, amantes da vida, entenderiam o quão a morte é vital para continuidade da existência humana, em outras palavras, a morte é a mãe da vida. Temos noção da vida porque sabemos que um dia iremos morrer, caso não fosse assim, jamais valorizaríamos o fim material.
Erga-se uma estátua em homenagem a Thanatos, a verdadeira e única democracia, a justiça social por excelência...Não, não pensem que tenho tendências suicidas ou coisa que o valha, vejo apenas a verdade evitada, não tenho ilusões descabidas, sei que morrerei , e isso jamais me entristecerá. Como dizia, a morte é a verdadeira democracia, está acima da vida, é a vingança dos menos privilegiados, pois somos colocados em igualdade de condições quando morremos, não há reis, príncipes, ricos e pobres que tenham tratamento diferenciado...Na morte o homem é apenas um homem, ou melhor, um cadáver.
Quando nascemos temos, alguns, o privilégio de um leito confortável, de um plano social digno, de roupas que aqueçam de verdade ou, muitos outros, nascemos em lugares cuja higiene é desconhecida, depois de nossas mães ficarem horas na fila de um hospital que perde para qualquer clínica veterinária, após essa via-crusis, recebemos um nome e alguns trapos que pertenceram a entes de gerações passadas.
O tempo passa igualmente para todos, envelhecemos da mesma forma, no entanto, para os afortunados, a vida concede possibilidades de cultura, alimentação, emprego e toda sorte de satisfação material, enquanto os viventes miseráveis tentam driblar as adversidades como podem, cultura, só a popular, alimentação, só para sobreviver, emprego, não, trabalho, geralmente braçal e degenerativo, pois a distância de conhecimentos primordiais para o bem-estar social lhe foi imposto pelos amantes incondicionais da vida.
Enfim, ocorre a Verdade verdadeira, aquela que nos coloca os pés no chão e nos diz: “São iguais em tudo, são humanos e daqui nada levarão, misturar-se-ão à lama podre e serão fonte de energia para vermes, depois pó e mais nada”. Eis a voz da verdade, a Morte, a justiça divina, portanto oro por ela, pois é minha por direito.

domingo, 26 de abril de 2009



Pesadelos soledasep paselosde lesodepas

A quem interessar...

O que foi diluído pelo tempo, sobrevive em memórias. Eis algo incontestável, capaz de criar conceitos e nortear ações, a isso dão o nome de experiência; é ela quem define tudo o que seremos e tudo que passaremos aos nossos descendentes. No entanto, é necessário sabedoria para absorvê-la de forma positiva, seja ela boa ou má. Então surge a índole, o caráter do indivíduo.
Movidas pela ignorância, muitas pessoas usam a experiência ruim que viveram para se vingar, querem ver o mal vivido revivido por outro, tal atitude tem, ao longo do tempo, configurado um dos maiores males da humanidade, gerado uma multidão de traumatizados, psicopatas, estrupadores etc. A questão é: como usar uma vivência negativa em algo bom para o futuro? Penso ser coerente, em primeiro lugar, buscar ajuda psicológica, encarar o fato de frente, gritar ao mundo o absurdo vivido e lutar para que ele jamais aconteça novamente; o segundo passo é ter certeza de que está lutando contra algo maléfico, salvando pessoas de tal experiência, é isso o esperado de uma pessoa com boa índole.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Fervores

Não é só a febre que toma meu corpo quando te beijo, nem o arrepio na pele quando você me toca, não é só tesão, é superior, vai além, está acima das convenções, da moral, da religião, do certo e o errado, é animal demais, faz nossa razão evaporar e remete-nos ao estado primitivo. Seria isso o amor ou essa força transformadora é apenas instinto? Melhor é não nomear, pois preocupar-se com conceitos e definições é logicamente humano, opto pela irracionalidade de gozar e não saber o que sou.
Ideias e ideais perdidos em vidas sem sentido, cuja finalidade é centrada nos moldes que a ordem vigente nos impõe, contudo os donos dessas existências são tratados com afago cativante típico dos senhores mandantes. Não, antes a morte a viver como um cão domesticado olhando o mundo com os olhos dos donos, seguindo conceitos retrogrados e preconceituosos; quero o marginalismo que traz felicidade e liberta, almejo o desprezo dos "normais" e a alegria de ponderar todas as ordens... Desejo ser o melhor para mim, ainda que para isso seja o pior para a sociedade.