domingo, 7 de abril de 2019

Engraçado, mas so sinto saudade daquilo que não vivi. Minha mente transmite ao corpo sensações inéditas de vitorias nan consumadas, de glórias imaginadas... Pobre do meu corpo que sente os efeitos do tempo e as dores que ele proporciona, eis a realidade: dor e fantasia. Tudo, no mais, é vontade de não ser.

terça-feira, 5 de março de 2019

Do passado não sinto saudade,
O futuro não me assusta nem empolga,
Estou e só vivo no presente
Com a pretensão de quem 
Em breve morrerá.
As pessoas, seus gestos e sorrisos
Ensaiados nas redes sociais
Me entendiam tal qual a necessidade 
De ganhar dinheiro...
Não que eu seja infeliz
Ou aborrecido,
Mas a vida, às vezes, é enfadonha
Como as previsibilidades do carnaval.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Sem poste
Sem likes e reações
Sem comentários
E debates debalte
Sem poses e fotos
Sem exibicionismo
E exposição.
É possível morrer
Virtualmente
E renascer
Para uma vida
Que nunca teve fim.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Ela chega, sempre chegará.

Chega o tempo em que a ficha cai e se entende um dia a mais na vida como um dia a menos de vida.
O acúmulo de dias, responsável por nos dar anos, rugas, cabelos brancos e experiências, também oferta um senso de realidade tão aguçado que  a ingenuidade se esvai na indelicada e inclemente verdade acerca do destino material do homem: o despertar para o não-ser.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

É certo que o tempo devora tudo, e as migalhas deixadas por ele, chamamos de recordações. Nelas nos agarramos na esperança, quem sabe egoísta, de sermos lembrados por alguém, ainda que essa lembrança seja breve, camuflada numa foto antiga, na letra de uma canção, em antigos textos ou no eflúvio de um perfume; é dessa forma que ficamos presentes nas mentes de quem um dia nos amou ou amamos, é dessa forma que nos vingamos do tempo, pois ao fechar os olhos e acessar as lembranças, revivemos momentos agora já inexistentes.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Toda vez que acesso as redes sociais, sinto um misto de comicidade e descontentamento. Não é porque as postagens sejam cômicas ou tristes, é porque minha desilusão com os seres “pensantes” triplica. Tentarei explicar: O que leva uma pessoa a postar todas as atividades do dia no facebook? Coisas do tipo: “acordei agora”, “estou tomando café”, “vou à academia”, “agora vou tomar banho.” Seria carência de atenção aguda ou falta do que fazer? Há aqueles que postam as ações em qualquer lugar pelo telefone, estes estão mais preocupados com a imagem que devem passar do que com a própria vida. Houve um cidadão, que durante a prova do ENEM, foi twittar, resultado: prova anulada, esse é o típico caso de intervenção psiquiátrica, porém há outros menos retumbantes, como: “praia bombando”, “boate magnífica”, “acabei de gozar no motel”... Ops! Essa ainda não li, por enquanto... E as fotos, hein? Ah! Tiram foto até do momento em que acordam, do tênis novo, do almoço, do bebê bonitinho que é filho da colega do primo da tia do cunhado da vizinha do lado oposto... Ufa! Pergunto, exausto: o que motiva isso, gente? Por favor, expliquem, pois me sinto um alienígena no meio disso tudo... Bem, vamos continuar. Os “pseudocults” não podem ficar de fora da lista. O camarada posta imagens ridículas comparando o vocalista da banda System of a down e o vocalista da banda de pagode Exalta Samba. Meu Deus! Como comparar dois cantores de estilos completamente diferentes, gêneros diferentes, culturas diferentes? Mas, ele quis parecer “cult”. Tudo que é popular ou está na moda para ele não passa de merda... Meia hora depois, ele posta algo relacionado ao BBB, propondo um debate acerca do eliminado. Rio disso, choro disso, é um misto muito louco. Também há os religiosos... Ou seriam integrantes do Ibope, porque é algo apelativo demais, coisas do naipe: “se você crê em Jesus, compartilha, se crê no diabo, curte”. Há, também, os amantes de desgraça, que postam imagens de toda aberração possível, de acidentes automobilísticos a fotos de pessoas com tumores... Só uma coisa ainda não vi, derrotados. Todos na rede são o máximo: da alegria, da sensualidade, da diversão, da força, do sucesso, do requinte (às vezes confundem isso)... Enfim, nas redes sociais só há vitoriosos. Possuo cerca de 1.016 amigos no facebook, conheço todos e gostaria que o site fosse utilizado para algo superior, que pudesse, de fato, somar, no entanto o que verifico é a necessidade de aparecer, de tentar passar uma imagem descolada, culta, sem fraquezas, sem limitação. É como se todos interpretassem algum personagem... Triste destino de uma invenção maravilhosa. Quanto a mim, não me deem razão, pode ser que esteja por fora, pois me preocupo demais com o que sou.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O mundo virtual evidenciou algo que antes dele era apenas uma suspeita, pois a exposição era muito restrita, hoje com a possibilidade de "conhecermos" inúmeras pessoas através das redes sociais e outros sites, podemos constatar que 10 entre 20 usuários da grande rede escrevem de forma deplorável. Muitos a essa altura devem estar me xingando ou mesmo buscando meus desvios gramaticais, ortográficos e outros males lexicais, concordo com isso porque cometo muitos; todavia, não me refiro aos equívocos da gramática, e sim aos absurdos, a formas ortográficas, como essas: "mecher"; "familha"; compra no lugar de comprar e por aí vai. O maior absurdo, no entanto, não são os problemas com a escrita, mas a acomodação com o fato. É certo que ninguém tem a obrigação de ser genial, impecável, erros todos cometem, o que não é aceitável é ter a percepção desse atraso e considerá-lo natural, típico da internet... Não, meus caros, jamais concordarei com isso, nunca considerarei banal uma pessoa que estuda por 15, 20, 30 anos não conseguir redigir dois parágrafos sem que haja inadequações de toda ordem. Talvez esse comportamento vergonhoso seja fruto da futilidade que afeta à maioria das pessoas através das mídias, dos BBB's da vida, das novelas, da facilidade de achar o máximo coisas ou acontecimentos que não fazem o menor sentido, que os diga a Luíza que está no Canadá. Estou preocupado com tudo isso. Parece neurose? POde até ser. Quem sabe todos os esforços das pessoas brilhantes, responsáveis por tudo que conhecemos como mundo civilizado, letrato,pensante seja uma utopia? De qualquer forma, não quero me render àqueles que, de forma inteligente, tornam as pessoas em zumbis, aptos a concordarem,consumirem o desnecessário, rirem quando mandados... Pobres diabos que afundam na imensa vontade de ser a próxima celebridade. Sou careta, estou por fora e quero continuar assim enquanto houver vida... Pelo menos, vida inteligente.