sábado, 17 de setembro de 2011

Está bem, o vinho que bebo agora tem o seu gosto, o gosto doce e lascivo de um desejo insano, pertubador o bastante para inebriar-me. Tem o gosto, também, da angústia, da incerteza, de um querer sem o saber se querer é possível. Este vinho é sua personificação, é esse vento que me esmurra o rosto, é a saudade, o medo... Esse vinho é você.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

E quando envelheço por acaso, Rejuvenesço por opção, Cresço onde madrugo Achato-me onde acordo Inflo a ira e a discórdia Se vejo a lisonja me rodear. Travestida, as circunstâncias Me fodem, me engolem, Destroem minha dignidade, E, de você, não ficou nem uma foto, Nem uma sutil lembrança do seu corpo. Assim, vivo onde não sei, Num lugar entre os fatos e a saudade, Perdido num tempo que não é meu nem seu, Que não pode ser chamado de presente. Dele estou ausente, descrente, dormente, Apenas uma imagem onírica e errante... E quando envelheço por acaso... É porque a consolidação da vida É inevitável.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

05/09/2011

Sentimentos nobres não têm hora para chegar, nem lugar, desprezam completamente o aceitável, o ideológico e a ética. São marginais de nossa moralidade, por isso riem com ironia da delícia que temos ao nutri-los; fazem questão de deixar claro que não há, por parte do ser humano, norma que o impeça de sentir, de desejar.
Sentimentos nobres, deliciosos, cheios de volúpia podem surgir numa segunda-feira qualquer de um inverno qualquer, de qualquer ano... Eles esperam apenas unir as pessoas que escolheram.