segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Xiiiii! Silêncio! Há espetáculos que exigem apenas a contemplação, não têm explicação.

Tamanha é a dificuldade para escrever. Vago entre inúmeros assuntos, diversas são idéias, no entanto a mente é bloqueada por um cansaço inexplicável, como se pôr palavras para fora da mente fosse o maior dos esforços, pode ser até que seja; pode ser que a mediocridade dos meus textos esbarrem no meu descontentamento, fazendo do mais filosófico tema um amontoado de palavras infelizes, merecedoras de um destino melhor.

Tenho, como é notório, motivos para me calar, guardar as minhas impressões no anonimato da minha timidez. Mas como fazer isso, se escrever, seja lá o que for, é o que me faz sentir vivo, meus membros pulsam quando digito, excita-me buscar vocábulos em lugares onde eles relutam habitar. Escrever é, para mim, conhecer o corpo de uma nova amante, desvendar seus segredos da libido, fazer aflorar todas as zonas erógenas, levá-la ao orgasmo com candura, amor, tesão, luxúria, santidade... Isso é escrever.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Desabafo derradeiro

Inventei, ao longo da vida, uma felicidade forjada na conveniência, deixei um pedaço de mim aprisionado no passado, tentando resgatar o que há muito se perdeu. Agora, tenho o tempo engolindo tudo, o passado, o não-concluído; pago o preço da covardia, do excesso de zelo... Pago o alto valor de não ousar.
Sou feliz por obrigação, não por vocação, por mérito... Sou o sorriso impuro imposto pelos padrões sociais. No mais, vivo sedento de passado.