quarta-feira, 6 de junho de 2007

Há um vazio enorme na alma do homem, talvez seja a certeza da finitude da vida e das coisas. Muitos preenchem, ou pelo menos tentam preencher, essa lacuna com paixões fugazes, aquisições materiais, religião, sexo, drogas, enfim, há sempre uma válvula de escape para a descoberta de nossas limitações. Diante disso, fico pensando sobre a importância das nossas ações, sobre o que de fato vale a pena.
Vejo que a desgraça maior do ser humano é a vaidade, e é ela quem move as atitudes humanas; na tentiva de fazer a vida valer a pena, o homem torna-se solidário para criar uma imagem positiva, outros ostentam riquezas para serem o retrato da sedução, o mesmo ocorre com os estudiosos, poucos são aqueles que buscam o entendimento. Os homens matam por sua vaidade, enganam, corrompem-se, mas o vazio da alma não é preenchido, e vaidosos que somos, caminhamos rumo à pseudo-glória do conceito que fizeram de nós.
À medida em que o tempo passa, mais sentimos o deserto da alma consumir tudo em nós e apontar-nos um quadro histórico que se repete de geração à geração.
Dentre os mistérios da vida há esse drama silencioso, às vezes até desconhecido, mas que aflige a raça humana.
Procuro fazer do meu pensamento um legado que possa fazer dos meus descendentes uma geração capaz de responder às perguntas acerca da insatisfação humana, caso não consiga, entenderei que tal vazio na nossa alma é o do tamanho de Deus, e o que falta a mim e a boa parte da humanidade é fé...

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