quarta-feira, 9 de março de 2011

A Pós-Modernidade

A ideologia moderna impulsiona a todos para o progresso; a indústria, as máquinas, os operários, a arte, as pessoas em geral viviam em função do movimento que levaria o mundo ao futuro, sacrifícios eram feitos em prol desse ideal. Porém, a geração moderna não conseguiu cumprir seu plano de evolução, de modo que duas grandes guerras ocorreram, os políticos se dividiram em esquerdistas de um lado, direitistas de outro, as expressões artísticas negaram o passado, e a arte ficou estanque num mundo sem ontem, as repressões para manter o ideal permeava, silenciosamente, os discursos das famílias, que eram perpetuados nas escolas, nas igrejas e pelas mídias.

Chegou-se a uma intensa crise, a descrença na bipolarização do mundo teve como emblema a queda do Muro de Berlim, tal fato se propagou pelo mundo de forma conotativa, pois caiu a fé nas mudanças promovidas pelo Estado, assim, surgiram as ONGS realizando trabalhos de prevenção a doenças, à fome, ao analfabetismo, à recuperação de jovens abandonados ou drogados; a arte pós-moderna não aceita a ruptura radical dos modernos e com eles rompe; ser politizado não é interessante para os pós-modernos, a mudança deve ocorrer pela tolerância à preferência sexual, à diferença racial, a tudo, porque na pós-modernidade tudo é relativo. A princípio, parece ser o mundo ideal, o lugar onde todos serão respeitados, a noção de fraternidade ganha espaço e força num mundo globalizado, sem fronteiras, holístico, e o prazer deve ser a busca para alcançar a tão desejada felicidade.

O efeito colateral do pós-modernismo é o apelo desenfreado de uma política neo-liberal que obriga e consegue levar as pessoas a uma visão consumista de mundo, só é feliz quem consome, não importa se há necessidade, porque, no contexto social, só tem valor aquele que possui o melhor carro, a melhor roupa, trabalho, "amigos," frequenta os melhores lugares e vive sorrindo, mesmo sem saber por quê. O mundo pós-moderno é vazio, um fantasma, vive-se o hoje e nada mais.

Indefinível, híbrida, a Pós-Modernidade coloca tudo e todos numa vala comum, no entanto conserva os preconceitos do passado, aliás, falar em passado ou futuro neste momento é confuso, uma vez que tudo isso representa uma transição, não sei ao certo se vivemos uma crise ou a consagração do caos; seja como for, quero continuar minha jornada de observador do tempo sem ao menos saber que tempo é este.

Nenhum comentário: