quinta-feira, 10 de março de 2011

Xiii! Acabou o carnaval.


É, meus caros, mais um carnaval acabou, e a vida, aos poucos, volta à normalidade; chegou a hora de contarmos os mortos, feridos, os beijos furtivos, os amassos que podem perpetuar uma relação ou dar fim a outras. Foram quatro dias de puro êxtase, por isso tivemos a necessidade de cometer excessos, senão não existiria graça; bebemos muito, falamos muito, pulamos, batemos, apanhamos, só não podemos dormir, isso é sacrilégio, na festa pagã, temos de ser zumbis.

Ficamos anestesiados para tudo ou quase tudo. Depois do carnaval, pensamos no Imposto de Renda, IPTU, IPVA, fatura do cartão, material escolar das crianças, matrícula da faculdade e outras continhas banais; agimos assim porque o mais importante já foi feito, gastamos durante a festa, tudo no mais se arranja, para que existe o cheque especial, empréstimos de agiotas e outras formas de se conseguir dinheiro? Isso é fácil. Outro dado interessante do entrudo é que abraçamos pessoas que em dias comuns sequer olhamos, será que nesta época a sensualidade fica aflorada a ponto de enxergarmos detalhes invisíveis ao longo do ano? Pode ser... Ou não.

No carnaval, o povo brasileiro é aclamado mundo afora, os gringos vêm para nosso país e gastam horrores, isso é bom para economia, gera serviços, muita gente se ergue no carnaval, mas não estou falando das pessoas que aproveitam o período para, de forma inteligente, ganhar, refiro-me àqueles que amam os estrangeiros a ponto de serem seus bichinhos exóticos que servem para o sexo e entretenimento. Eles nos consideram gente dócil, simplória e adoram constatar nossas desgraças sociais, não é à toa que um dos passeios mais realizados por turistas de fora, sobretudo os norte-americanos, são as caminhadas pelos becos da Rocinha... Besteira citar isso, falemos de festa, da comemoração responsável por nossas vidas...

Mais um findar de carnaval, agora teremos mais histórias para contar, pois pensamos nisso durante o engarrafamento de várias horas, dançamos, conhecemos pessoas a quem já amamos, sorrimos muito... Meu Deus! Tudo foi muito intenso, o único mal é que não teremos mais a máscara para disfarçar as frustrações.

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